segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Dia 4 - 28/12/2009 - Santa Rosa/Puerto Pirámides

Esse foi um dia longo...
Início com a rotina de sempre: acordamos cedo (nem tanto), tomamos café e pegamos a estrada. Nossa primeiro objetivo era chegar a Rio Colorado, no caminho fomos ultrapassados por uma XT 600 azul, com placas do Brasil. Passamos por um posto de combustível, e logo em seguida vemos a mesma XT no sentido contrário. Fiquei pensando "por que o cara tá voltando?" mas segui viagem. Quando entramos na Ruta 154 e vi a placa com a distância até Rio Colorado entendi o motivo da XT estar voltando. A distância até o próximo abastecimento era de mais de 250km da cidade de Santa Rosa (nosso ponto de partida), uma distância muito apertada para a autonomia da XT com tanque original. Ele estava voltando para abastecer naquele posto e então chegar tranquilamente a Rio Colorado. Aliás, era isso que deveríamos ter feito, ao menos com a XT do Edgar. Fazendo as contas, ele certamente sofrer uma pane seca no caminho, o que realmente aconteceu uns 20 kms antes do primeiro abastecimento de Rio Colorado. Deixamos ele e seguimos viagem, quando cheguei lá abasteci a moto e o bidón de 10 litros e voltei para resgatá-lo, enquanto o Léo e a Rose ficaram no posto descansando um pouco. Após o resgate, entrei na loja de conveniência para almoçar, e lá conheço o Renato, piloto da XT que passamos na estrada, cara muito gente fina. Ele, que também é de Porto Alegre, estava seguindo para o mesmo destino que nós: Ushuaia. Almoçamos, nos despedimos dele e seguimos viagem, pois ainda tínhamos muitos quilômetros para rodar.
 
Nosso almoço típico, o milanesa: um sanduba de presunto e queijo 
com um bifão à milanesa no meio!

Edgar e Renato almoçando

Sim, essa cara do Léo significa que ele vai comer todo 
o restante do sanduíche, hahahaha

Depois disso, pegamos um pouco de vento em uma retona, inclusive um rodamolino (redemoinho) pegou a moto do Léo e deu um p... susto nele. Abaixo de chuva, paramos para abastecer em Uzcudún, cidade que é um posto de gasolina no meio do nada. Mais tarde descobri que o senhor que atendia lá é o próprio Uzcudún, ou seja, o cara é a cidade, e a cidade é o posto de gasolina (e os milhares de hectares de campo e criação de ovelhas em volta). Imagino que quando ele viaja o pontinho no mapa que indica a localização da cidade se move com ele, hahahaha.

Chuva, vento e depois um arco-íris em Uzcudún

Após a parada estratégica nesta "metrópole", seguimos viagem em direção a Puerto Piramidés, nosso destino do dia. Em um dos abastecimentos, coloquei a gasolina normalmente, saí do posto e, quando fui ultrapassar um caminhão (a uns 500 metros do posto), a moto simplesmente começou a falhar, não passava de forma alguma de 5000 giros. Ficou impossível ultrapassar qualquer veículo, pois a mais do que 80 km/h a falha voltava a acontecer. Fiquei preocupadíssimo, afinal, foi a gasolina que coloquei ou algo da moto que estragou? E agora, a viagem recém iniciou e sei se poderei continuar, ou sequer voltar... Como não tinha opção, continuei seguindo viagem.
No caminho, pegamos mais chuva, frio, e quando chegamos na entrada da península, já anoitecendo e cansados, descobrimos que teríamos mais 80km de estrada da entrada do parque (que é cobrada) até a cidade em si.
Bom, fazer o quê, seguimos em frente e quando estávamos quase desistindo ("cadê essa cidade que não aparece nunca"), finalmente chegamos. Foi muito bizarra a chegada à noite, pois como chegamos de uma parte mais alta - a cidade fica no nível do mar, em uma curva à esquerda - a impressão que se tinha é que a estrada acabava no morro e não existia cidade nenhuma... até que olhei para o lado e vi as luzinhas das casas e a avenida principal. Esse dia para mim com certeza foi o mais cansativo, estava tão exausto que quando estacionamos as motos para procurar a pousada, consegui a proeza de colocar a roda traseira em cima de uma pedra que não tinha visto. Resultado: a traseira escapou com a moto parada e fomos ao chão, de quebra quase levo o Edgar junto que estava do meu lado. Foi muito engraçado ver o Léo  olhando para os lados perguntando "cadê o Alexandre?". Ele esqueceu de me procurar no chão, hahahaha.
No final das contas, achamos a pousada, nos acomodamos e ainda jantamos muito bem. Depois de tudo isso, merecido descanso para um dia cheio como esse.

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