sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Recado

Para os amigos que acompanham o blog, aviso que estou atualizando ele, colocando as postagens dos dias que faltaram e fotos em alguns posts anteriores. Mas estou postando em ordem, ou seja, na data da narração, assim podem estranhar ter posts novos depois de dias que já tinham lido. Para se achar melhor, é só olhar no menu com os dias que fica do lado direito. Acho que esse findi eu acabo de postar os dias da expedição que ainda faltam. Ah, e muito obrigado a todos pelos comentários e por me acompanharem, mesmo à distância.

Abraços!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Atrasado...



A Ruta 3, a Strom e eu desejamos a todos um Feliz 2010!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Dia 26 - 20/01/2010 - Concordia (AR)/Artigas(UY)/Porto Alegre

Chega de hablar portunhol, hoje voltamos ao Brasil. Eu ainda preocupado com a possibilidade de uma multa cadastrada na aduana, chego lá e passo tranquilamente (que alívio). À partir daí, entramos no Uruguai, 200km de uma estrada ruinzinha, fronteira com o Brasil, abastecemos no posto BR de Quaraí, almoçamos por lá mesmo. Tchê, que saudade de um prato de arroz, hahahahah. Comemos e continuamos viagem.


De volta ao Brasil!

Faltando uns 250km para Porto Alegre a Strom volta a falhar, mas dessa vez de forma mais acentuada, o motor não aceitava passar dos 5000 giros, e nem de 110km/h. Ultrapassar era simplesmente impossível. Não descobri a causa do problema, mas descobri que se eu apertasse e segurasse o botão de lampejo de luz alta a moto voltava a funcionar normalmente (?!?!???!). Claramente um problema de "osmar" que foi se acentuando durante a viagem, pois o pisca-alerta já não funcionava antes, dando o indício de que já havia algo errado. Beleza então, a cada ultrapassagem eu apertava o botão de "turbo" e depois voltava a velocidade de cruzeiro de motinho 125...
A noite caiu, linda, céu aberto, cheio de estrelas, cada vez estávamos mais perto de casa e o corpo cada vez mais moído. Quase onze da noite, passamos a ponte do Guaíba, subimos pela Perimetral até um posto de gasolina, tiramos fotos, nos despedimos e partimos cada um para sua casa. Cheguei em casa sujo, cansado, mas satisfeito e com a sensação de missão cumprida depois de quase 10.000 km rodados. Conseguimos!


Mission accomplished!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Dia 25 - 19/02/2010 - Luján/Concordia

Acabei saindo um pouco mais tarde do que queria, e ainda com um chuva levinha. Na estrada a chuva parou, mas o dia continou nublado, mantendo a temperatura mais agradável. Cumpri o trecho rapidamente, e logo cheguei na província de Entre Rios, onde os camineros (policiais rodoviários) gostam de parar as pessoas para tentar arrancar alguma plata com falsas infrações. Passei por algumas barreiras, fui parado, o cara pedia documentos e tal e ficava matutando algum jeito de me arrancar $$$, mas eu dava respostas curtas e o cara me liberou.
Já na Ruta 14 fui parado, e o imbecil, não satisfeito com a minha documentação correta, ficou de verificar se eu havia excedido a velocidade em um radar 100km atrás da barreira. Putz, essa é boa... O cara chegou até a encenar um teatrinho no rádio com o suposto "radar", dizendo que sim, que a minha moto tinha excedido a velocidade, que tinha foto comprovando isso e que a placa conferia. Essa foi demais, afinal o radar pega a moto de frente, e a placa fica atrás... beleza, argumentei um pouco com o cara, mas no final das contas ele disse que ia me multar, que eu devia falar com o oficial que estava próximo a viatura para ele lavrar a infração.
Falei com tal oficial, ele me explicou que eu tinha 2 opções: ou pagava a multa na hora, com um bom "desconto", ou seguia e seria detido na aduana por ter a infração registrada. Já vacinado contra esses coiotes, disse que não tinha dinheiro e preferia pagar a multa na própria aduana, no que fui liberado.
Mesmo sabendo que era tudo um truque, fiquei cabreiro desses fdp realmente colocarem algo na aduana para impedir minha saída.
Bom, cheguei em Concórdia, parei no primeiro posto de gasolina para ligar para o hotel "Complejo Termal", onde a Rose e o Léo estavam hospedados e também para ver no GPS tinha o endereço, pois daí poderia ir direto. O GPS tinha um tal Hotel Termal, devia ser o mesmo, mas os número de telefone não batiam. Nisso, sai um policial da loja de conveniência e compensa toda a pataquada que passei com a polícia pela manhã, sendo muito solícito e gentil. Me disse que só havia um hotel desses na cidade, que eu podia ir tranquilo sem medo de errar, e me explicou todo o caminho com detalhes. Agradeci e cheguei no tal lugar seguindo as instruções dele, fica bem na frente do posto YPF em que abastecemos logo que entramos na Argentina vários dias atrás! Depois de alguma espera, reencontrei o Léo e a Rose e me hospedei com eles.  Passeando pelo parque, encontramos uma cafeteria muito bacana, pois ficava em uma cabana de madeira, a decoração era feita com antiguidades e pequenas esculturas feitas com peças recicladas. Além disso, quando entramos, tinha um cheiro muito bom no ar, que depois de falar com a dona, descobrimos ser da torta que estava sendo assada naquele exato momento. Não resistimos e tomamos café com um pedaço de torta (deliciosos) e aproveitei para tirar  fotos do lugar.


 
Café e sua decoração

À noite fomos curtir as piletas termais, mas a Rose não teve coragem de entrar, dada a higiene (ou falta de) do lugar, hahahaahaha.
Depois do merecido relax, fomos dormir para descansar para nosso retorno ao Brasil no dia seguinte.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dia 24 - 18/01/2010 - Luján/Buenos Aires/Luján

Hoje o pessoal saiu para trocar a corrente da XT cedo, pois ela vinha apresentando problemas desde ontem. Eu segui outro rumo, peguei um bus na rodoviária de Lujan até Buenos Aires, que fica apenas a 70km daqui. Ônibus direitinho, viagem de 1 hora e pouco, e a passagem apenas 10 pesos (uns 5 reais).
Cheguei lá e saí caminhando em procura da loja Motorbikes, sozinho, só com o guia Footprint na mão e meu parco senso de direção. Caminhei um monte, achei a loja e comprei algumas peças para a moto, inclusive um par de bauletos maiores, pois aqui é muito barato. Deixei pago e saí para passear, sempre à pé para conhecer melhor o centro.
Fui na Casa Rosada, no Obelisco, caminhei por tudo, daí fui comprar um passagem daqueles ônibus de turismo com o teto aberto, mas só tinha vaga nos das 17:30, e o passeio dura 3 horas, ou seja, nao teria como fazê-lo.
No final das contas, visitei só o centro, peguei um táxi para ir no Unicenter, que é um shopping imenso. Entrei lá e lembrei de cara da Ana, ela ficar em estado de choque com os preços e a quantida de lojas, hahahaha. Comprei algumas coisas que só tem aqui na Argentina, voltei ao centro e peguei o bus de volta.
Agora estou escrevendo de um cyber, mas a máquina é tão ruim que nao consigo abrir o cartão de fotos para postá-las, então fica para depois. Amanhã o destino é Concórdia, na divisa com o Uruguai, e depois de volta ao lar.

Update: fotos de Buenos Aires!
Plaza del Congreso e Congreso Nacional


Casa Rosada

 
Prédios antigos, ruas movimentadas na capital da Argentina

domingo, 17 de janeiro de 2010

Dia 23 - 17/01/2010 - Santa Rosa/Luján

Rotina de sempre na manhã, inspecionei o fluído do radiador no reservatório e me apavorei ao constatar que continuava vazio. Em nenhum dos postos próximos se vendia o fluído, tive que sair assim mesmo, contando com a sorte para achá-lo em algum posto no caminho. Acabei achando no posto seguinte, bem simples por sinal, mas provavelmente o mais completo que vi (tinha até óleo para moto, o que não se encontra em nenhum YPF). Completei o reservatório e saí muito mais tranquilo.
O restante do dia transcorreu sem problemas, até que a 100 km de Luján a corrente da XT escapou da coroa. O Léo a recolocou no lugar, mas continuava estranha, pois em algumas partes ela ficava muito apertada e em outras na folga certa e ainda se ouvia alguns estalos dela. Bueno, tocamos assim mesmo, indo na manha e chegamos ao nosso destino. Graças ao nosso amigo GPS fomos de cara ao hotel Los Monjes, muito melhor que o muquifo que ficamos na vinda, mesmo preço, com garagem, e ainda nos ofereceram o equipamento do hotel para lavar as motos! Aliás, o senhor que nos atendeu já foi motociclista, disse que ficou 48 horas sem dormir acompanhando a final do Dakar.
Jantamos em um rodízio de pizza na frente do hotel por apenas 10 reais por pessoa! Enchemos a cara de pizza e fomos dormir, pois amanhã vou tentar ir para Buenos Aires de ônibus, enquanto o restante do pessoal vai tentar encontrar um lugar para trocar a corrente da XT e seguir para Concórdia.

Ah, dessa vez consegui tirar fotos da Catedral!


 
Basílica Nacional Nuestra Señora de Luján


Arquitetura e detalhes impressionantes



Gárgulas sempre vigilantes


 
Detalhes de algumas das esculturas

sábado, 16 de janeiro de 2010

Dia 22 - 16/01/2010 - Cipolletti/Santa Rosa

Saímos do hotel depois de um mega café da manhã (o mais completo de toda a viagem, muito bem servido). Ficamos carregando as motos e conversando com um dos recepcionistas, um cara muito bacana que estava nos contando que nas férias dele ia para a Cordilheira acampar com seu filho de 1 ano e um amigo, e iam se alimentar dos peixes que pescassem. Confirmamos com ele o melhor caminho e os possíveis postos de combustível, pois tem um trecho de uns 300km sem abastecimento nem nada. Esse trecho compreende uma parte da ruta que é chamada de "Conquista del Desierto" (Ruta Provincial 20), que é um retão de 200km que corta o deserto (e dá um sono do cão).


Exibir mapa ampliado

No final das contas ele disse que tinha um posto novo, perto do Dique Casa de Piedra, que não era mostrado no mapa, garantindo assim nossa travessia tranquila por aquele trecho. Passamos por todo o trecho com um calorão de deserto mesmo, paramos nos postos que existiam para abastecer, tanto as motos quanto nós mesmo, pois calor e vento são receita certa para desidratação, dessa vez não repetimos a burrada do dia anterior de pilotar um monte e beber pouco. Nesse tal posto novo encontramos um casal de argentinos viajando com sua Vulcan 500, acabaram fazendo o mesmo caminho que nós, pois quando parávamos em algum posto logo eles apareciam também.
Mais algumas horas de viagem, chegamos a Santa Rosa e nos hospedamos em cabanas que ficam na rua atrás do hotel que tínhamos ficado quando passamos por aqui na vinda. O local contava com piscina, não deu outra, chegamos e fomos nos refrescar, pois o dia foi sofrido. Depois jantamos no restaurante do hotel e fomos dormir.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Dia 21 - 15/01/2010 - Bariloche/Cipolletti

O dia começou ótimo, saímos de Bariloche com uma temperatura agradável e o caminho era simplesmente deslumbrante. Cordilheiras de um lado, lagos e rios de outro, estrada boa, enfim, era difícil se concentrar na pilotagem pois tudo que se via enchia os olhos.
Infelizmente como o tempo era curto, não pudemos ir em direção a Villa Angostura como todos nos sugeriram, a fim de passar pela região dos Sete Lagos, que afirmam ser lindíssima. Na entrada do desvio para Villa Angostura os despedimos do Eduardo e seguimos caminho em direção a Neuquén, nosso destino do dia.



 

 
 
 Cenários deslumbrantes


O cenário era tão bonito que até amoleceu o coração do Léo! Aqui ele, em um momento romântico, oferece uma flor para a Rose
(HAHAHAHAHAHAHAHAHA)


À partir daí a coisa começou a degringolar. A temperatura aumentou, ficou um calorão insuportável, ficamos pilotando muito tempo sob o sol, desidratamos e ficamos cansados ao ponto da exaustão quando chegamos em Neuquén. A cidade estava movimentada, não achamos nenhum hotel decente e que oferecesse cocheras, então, seguindo a dica de algumas pessoas, seguimos para 25 de Mayo, que seria uma cidade próxima e bem mais tranquila.
Acabamos por errar o caminho para lá, paramos em Cipolletti, uma cidadezinha ao lado de Neuquén e ainda descobrimos que o diabo da cidade de 25 de Mayo ficava a mais de 100km de distância. Não tínhamos mais condições de pilotar com segurança naquele dia, então resolvemos nos instalar em Cipolletti mesmo. O Léo e eu conseguimos os 2 últimos quartos do Hotel Patagônia (o que tínhamos ido anteriormente estava lotado!), nos instalamos e depois dos devidos banhos e descansos, fomos jantar. A Rose pediu uma truta que estava simplesmente deliciosa!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Dia 20 - 14/01/2010 - Esquel/Bariloche

Seguimos caminho com a companhia do Eduardo, o dia estava lindo, com muito menos vento (ufa!), temperatura mais amena (leia-se frio). No caminho passamos pela cidade de El Bolson, a Rose se apaixonou pelo lugar, parecia muito legal mesmo, cheio de cabanas em torno da estrada, fora a paisagem linda. Aliás, todo o caminho era muito lindo, coisa de parar de 5 em 5 minutos para tirar fotos (o que, infelizmente, não era possível fazer), já começamos a avistar a cordilheira.

Preparando-se para sair de Esquel




Cada vez mais próximo da Cordilheira dos Andes!

 


 
Acho que a placa se referia ao carro...

Chegando em Bariloche, a primeira impressão não é boa, a entrada da cidade é horrível, mas quando se chega ao centro da cidade melhora. Claramente uma cidade que, assim como Ushuaia, cresceu mais do que devia e de forma desordenada... A Rose e eu pregrinamos pelos hotéis e acabamos achando vaga em um bem bom. Nos instalamos e fomos tratar de conseguir comida. Chegamos em um restaurante e eu pedi o "Bife a Caballo Completo". Quando o troço veio, pelamordedeus, era um mega-prato!

Eu estava com fome mesmo...

 
O prato do Léo veio com um instrumento medieval de tortura como brinde...

  
Saúde! Mais uma etapa cumprida!

O sacana do Léo não tirava o olho do meu prato, já estava contando que eu não ia vencer tudo e ia sobrar para ele. Precisavam ver a cara dele quando percebeu que eu comi tudo e não ficou nada pra ele, hehehehe... só ouvi um sonoro "Valeu, Alexandre!!!", como de praxe, hahahahaha!
Depois de encher a lata com tanta comida, ainda sobrou espaço para comer um hielado artesanal, que era de cair os butiás do bolso de tão bom. Depois de toda a extravagância gastronômica, passeamos um pouco, tirei umas fotos e fui descansar no hotel, enquanto a Rose e o Léo foram passear de teleférico e depois jantar no tal restaurante giratório.

Lago Nahuel Haipi, que banha San Carlos de Bariloche


 
 
Catedral

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Dia 19 - 13/01/2010 - Gobernador Costa/Esquel

Bom, continuamos em "Governador Bola nas Costa", esperando o diabo do caminhão-tanque. Saímos antes das 10hs do hotel, pois a dona estava enchendo o saco com o horário do checkout. Tomamos café no posto mesmo, já que nosso hotel "5 estrelas" nem isso oferecia. Bom, chegamos no posto e conhecemos três motociclistas muito legais de Brusque/SC. Um deles, o Marcelo, já tinha inclusive ido até o Alaska com sua Intruder 1400. Outro, quando entrou no Uruguai, caiu na pegadinha de pedir gasolina e o frentista colocar gasoil, que é DIESEL por lá! Ele só foi descobrir isso vários km depois, e o diabo da Aprilia dele rodava assim mesmo! Ele sem querer inventou a primeira moto realmente total-flex do país, hahahaha.

Léo e o pessoal muito gente fina de Brusque. O que a gente riu com esses caras...



Fomos todos para a fila do outro lado da rua esperar a chegado do caminhão, acabamos passando o dia todo juntos, falando bobagem e esperando. Finalmente surge o tão aguardado caminhão da YPF e... passa direto pelo posto! PQP, o cara foi para outra cidade mais adiante e nós ficamos chupando dedo. Isso aconteceu mais duas vezes durante a tarde, o pessoal foi ficando inquieto, o próximo caminhão-tanque que passasse ia ser atacado, parecíamos ter saído do filme do Mad Max, hahahahah. No final das contar o caminhão chega, lá pelas 17hs, esperamos ele descarregar e começa o abastecimento. Só conseguimos sair da cidade às 18hs, o pessoal de Brusque tinha saído na frente. Pouco antes de sair conhecemos o Eduardo, motociclista de Assis Chateubriand (Paraná), que estava viajando com sua XT660 e chegara alheio a tudo que aconteceu, pois só viu aquela filona de carros esperando para abastecer. Ele acabou nos acompanhando até Esquel, pois podia ficar sem combustível e prometi a ele a gasolina do meu galão caso precisasse.
Chegamos em Esquel quase à noite, a cidade lembrava um pouco o estilo de Calafate, nos alojamos e saímos para jantar. Achamos um restaurante irlandês, que tinha uma pista de dança na qual tocava salsa e servia pizzas (que mistureba!!!). Jantamos pizza e ficamos conversando um tempão com nosso novo companheiro. O cara entendia para caramba de motos, fazia trilha e enduros, então o assunto estava garantido.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Dia 18 - 12/01/2010 - Sarmiento/Gobernador Costa

O dia hoje amanheceu ventoso e frio. Abastecemos as motos e partimos em direção a Bariloche pela Ruta 20. O primeiro abastecimento, de acordo com o mapa, seria La Laurita. Passamos por lá e não havia nada, só um restaurante na beira da estrada. Verifiquei no GPS, o próximo posto seria em Gobernador Costa, distante quase 250km de Sarmiento, ou seja, quase no limite de nossa autonomia. Chegamos no tal lugar e, para nossa surpresa, não havia combustível na cidade! Encontramos no posto três motociclistas gaúchos, dos Falcões da Neblina, que vieram de Bariloche e nos avisaram que na próxima cidade, Tecka, não havia gasolina também. No final das contas ficamos presos aqui, pois a gasolina que temos não é suficiente nem para voltar a Sarmiento (que depois descobrimos ter ficado desabastecida também) e nem para ir para Esquel, pouco além de Tecka, onde poderíamos abastecer (depois ouvimos rumores de que lá também não tinha gasolina). Tratamos de almoçar e nos alojar em um hotelzinho na frente do restaurante, para aguardar até amanhã, quando supostamente chega um caminhão-tanque para reabastecer o posto.


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Motos de castigo no hotel, pois não havia gasolina na cidade

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Dia 17 - 11/01/2010 - Puerto San Julian a Sarmiento

Saímos hoje cedo de Puerto San Julian em direção a Sarmiento, onde dormiremos para seguirmos para Bariloche para ver a região dos Sete Lagos. O vento patagônico hoje mostrou sua força e nos castigou o caminho todo. Perto de Caleta Olívia, o vento era tão forte que tínhamos que inclinar as motos em ângulos de fazer inveja a pilotos de Moto GP, e isso nas retas! Além disso, neste trecho o asfalto estava ruim, cheio de ondulações, fazendo a roda da frente perder contato com o solo às vezes (pelo menos dava essa impressão), com a moto inclinada. Nem preciso dizer que a pilotagem foi muito tensa e ao mesmo tempo desafiante. Antes de Comodoro Rivadavia pegamos a ruta que nos levaria a Sarmiento, chegando no nosso destino no final da tarde. Agora vamos dormir e partir amanhã cedo em direção a Bariloche.
Bom, esse é um resumão do dia, assim que der posto fotos.


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domingo, 10 de janeiro de 2010

Dia 16 - 10/01/2010 - El Calafate/Rio Gallegos/Puerto San Julian

Bom, agora começamos nossa volta, saímos de Calafate e, para variar, não deu para abastecer de cara em La Esperanza. Dessa vez havia combustível, mas o posto não tinha energia elétrica. Um dos frentistas estava brigando com um gerador, logo ele conseguiu ligá-lo e finalmente conseguimos abastecer. Nessa espera conhecemos o Mateus, o cara veio sozinho de Lajeado/RS em sua Tornado. Muito gente fina, batemos um papo e rumamos em direção a Rio Gallegos.
Na verdade, existe um caminho direto para a Ruta 3 sem ter que voltar para Rio Gallegos, mas o caminho é de rípio e todo mundo recomendou irmos até Rio Gallegos e então voltar a subir. Bom, se os caras que moram lá arrepiam para a Ruta 9 não vamos ser nós que vamos dar uma de "galos"...

Tá vendo a estradinha ali embaixo? É a tal Ruta 9...

Entramos em Rio Gallegos só para abastecer (saco, podia ter um posto antes de entrar na cidade) e encontramos novamente o Mateus. Acabamos almoçando todos juntos, e ele partiu em direção ao Ushuaia, ia tentar chegar hoje mesmo lá, ou ao menos até Rio Grande, pois as duas aduanas normalmente tomam uma boa parte do dia.

Mateus partindo para Ushuaia. Boa sorte, cara!

Tomamos novamente a Ruta 3, tinha um monte de guanacos se atravessando na frente das motos, mas logo chegamos de volta a Puerto San Julian, onde nos hospedamos novamente no Hotel Costaneira. Mais descansados, jantamos no próprio hotel (excelente a comida e com preço muito bom), ficamos um tempão de papo e depois fomos dormir.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Dia 15 - 09/01/2010 - El Calafate

A idéia hoje era visitar as Torres del Paine no Chile de ônibus, mas eu achei um desperdício passar só uma parte do dia lá, o lugar é muito grande e merece mais atenção, então fica para outra vez. Além disso, chega de fila de aduana...
Dia de folga para nós e as motos, aproveitamos e levamos elas para um merecida lavagem. Enquanto as motos ficavam na lavagem, passeamos pelas lojas da cidade. Os preços dos produtos eram maiores do que o de Ushuaia, então não compramos praticamente nada. Em uma das lojas encontramos dois motociclistas de Blumenau que tinham feito a Carretera Austral e a Ruta 40 em suas XTs (uma Ténéré e uma 600E), esses caras são galos! Um deles até disse que a Ruta 40 é que nem a morte, uma experiência que tu só passa uma vez, hahahahaha.
Almoçamos em um restaurante do tipo tenedor libre (buffet) com cordeiro e enormes bifes de chorizo. Depois de encher o latão de comida, fomos buscar as motos e voltamos ao hotel. Saímos à pé para visitar o lago que fica próximo, e o cusquinho que ficava nas redondezas do hotel nos acompanhou no caminho todo.

Laguna Nimez



Flamingos no lago


Nosso "guia" até o lago

Tirei várias fotos e consegui a proeza atolar as duas pernas em um lodo muito fedorento, parecia piche. O Léo quase se mijou de rir, eu estava em um estado deplorável, do meu joelho para baixo estava tudo preto, parecia que eu tinha achado petróleo. E ele ainda registrou tudo em vídeo... Voltei ao hotel assim mesmo e tratei de tentar lavar a calça e o tênis, foi realmente muito engraçado e ridículo. Bom, depois de muito lavar calça e tênis, deixei tudo de molho e fui ao centro tratar de comprar outra calça, lá reencontrei o Léo e a Rose, e ainda encontramos um motociclista do Paraná que estava viajando com mais um pessoal e um carro de apoio com as "patroas".
Aproveitei para comprar uma lembrancinha para a Ana de um artesão muito talentoso que fazia várias pequenas esculturas em madeira, com várias pecinhas de encaixar, muito bacana mesmo, passamos no super para comprar o lanche da noite e voltei para o hotel para continuar a minha saga de tentar tirar lodo do que restou da minha roupa.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Dia 14 - 08/01/2010 - El Calafate

Hoje fomos visitar o Glaciar Perito Moreno. Para nosso surpresa, todo o caminho até lá, inclusive dentro do parque é de asfalto, esperávamos rípio.

Indo para o parque

Pouco antes do parque começa uma série de curvas, como um nossas serras gaúchas, daí foi a minha alegria. Acelerei a Strom para curtir aquelas curvinhas, estava precisando, chega de retas intermináveis...

De moto nessas curvas e com essa paisagem, meu sorriso era tão grande que fugia do capacete, hahaha.

Logo chegamos ao parque, a estrutura do lugar impressiona, é tudo muito bem cuidado, pela estradinha que leva ao glaciar vimos lebres correndo soltas, pequenos ratos, uma série de pássaros, muito bonito mesmo. Mas, obviamente, o mais impressionante é o glaciar em si. Não vou comentar nada, só vendo mesmo, as fotos não fazem jus à grandeza do lugar.

 
 
 
Dá uma sensação de paz incrível ficar admirando a geleira, é um silêncio absoluto, quebrado apenas pelo estrondo que acontece de vez em quando quando uma parte do gelo se rompe e cai na água. Indescritível! No parque conhecemos um pessoal muito bacana de Santa Catarina e também o Paulo, um cozinheiro carioca que estava a passeio lá, mas trabalhava em uma estância relativamente próxima.
Almoçamos no parque mesmo, depois voltamos à cidade para passear, jantamos em um restaurante do tipo tenedor libre,  enquanto o Leo e o Edgar bebiam Quilmes, eu abri outra exceção em relação a bebida e acompanhei a Rose em uma garrafa de vinho tinto. Óbvio que saímos os dois já meio tontos do lugar, terminamos esse dia lindo rindo à toa.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Dia 13 - 07/01/2010 - Cerro Sombrero (CH)/El Calafate

Hoje saímos cedo de Cerro Sombrero, no Chile, só para enfrentar mais uma demora nas aduanas, pois havia bastante filas. Abastecemos e almoçamos em Rio Gallegos e partimos rumos a Calafate. No meio do caminho chegamos em La Esperanza para abastecer e não havia combustível. A gasolina só ia chegar à noite, o que ia quebrar completamente nosso cronograma, fizemos alguns cálculos e chegamos a conclusão de que se fôssemos em velocidade baixa (80/90 km/h) chegaríamos até Calafate com a gasolina que tínhamos, ou ao menos bem perto da cidade. Já combinamos que caso acabasse a gasolina de uma das motos as outras continuariam até chegar a cidade e retornar com o galão cheio para resgatar que ficasse para trás.

"Cola" para esperar a gasolina chegar em La Esperanza

Seguimos o combinado e faltando apenas 15km para chegar ao destino a gasolina da TDM do Léo terminou. Nisso o Edgar que estava na frente e com o galão com gasolina tinha sumido. Putz, fui obrigado a deixar eles sozinhos e continuar o caminho para tentar chegar na cidade, encher meu galão e resgatá-los. O problema é que o marcador da Strom já estava piscando o último aviso, ou seja, a gasolina estava prestes a acabar. Felizmente consegui chegar na cidade, abasteci a moto e o galão após esperar em uma filona (saco) e tratei de retornar para resgatar os amigos. Logo na saída da cidade me deparo com eles vindo, o Edgar tinha voltado e dado a gasolina do galão dele para o Léo, assim eles conseguiram vir até a cidade também.
Bom, graças a atendente muito simpática (e gatinha) do posto YPF e ao GPS (abençoado seja o GPS, nos ajudou pra caramba), conseguimos encontrar nossa hospedagem, a Hosteria Meulen, quase na beira da Laguna Nimez. O Hotel em si é muito bom, o atendimento é excelente, e a vista é algo, do lado de fora tem um deck com cadeiras para ficar apreciando o lago.
Cenamos no próprio hotel, eu comi um bife criollo con papas simplesmente delicioso e demos o dia por encerrado.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Dia 12 - 06/01/10 - Ushuaia/Cerro Sombrero (CH)

Infelizmente hoje é dia de deixar Ushuaia. Ontem ainda tivemos a notícia que o pessoal das aduanas estava fazendo uma espécie de "operação padrão", ou seja, um greve disfarçada, atrasando ainda mais o atendimento. Isso tirou ainda mais a vontade de sair daqui, mas fazer o quê, temos que dar prosseguimento à expedição.
Saí com sono, na estrada estava muito frio e com bastante vento. Pelo menos consegui parar para tirar foto do Paso Garibaldi, um dos vários lugares lindos que tinha visto quando chegamos.
 
  
  
Fotos do Paso Garibaldi

Almoçamos em Rio Grande e seguimos para San Sebástian. Lá, como esperávamos, demoramos nas aduanas e adrentamos novamente no Chile, para tomar a estrada de rípio. Ao contrário da vinda, quando esse trecho pareceu fácil e tranquilo, hoje ele parecia mais difícil, mais chato de pilotar. Além disso, em um trecho havia máquinas trabalhando, além de um caminhão-pipa que estava molhando a estrada. Que infortúnio, o que já estava ruim para a gente agora se tornou pior, pois tínhamos que enfrentar lama! Pilotando sempre nas pontas dos dedos, conseguimos vencer esse trecho e, depois de um bom tempo, chegamos novamente no asfalto, na cidade de Cerro Sombrero, onde, para variar, pegamos o (único) posto de gasolina nos minutos finais de funcionamento.
 
Olha o estadinho da moto depois da dobradinha rípio/lama...

Abastecemos as motos e ficamos discutindo se valia à pena enfrentar mais uma aduana ainda hoje. A Rose não estava se sentindo bem depois do trecho de rípio, o que era um péssimo sinal, afinal ela não se abate por qualquer coisa, além de que todos estávamos exaustos. Decidimos por permanecer na cidade e nos hospedarmos na única pousada de lá, e enfrentar a chatisse das aduanas só pela manhã. Ao chegar na Hosteria Tunkelen, fomos muito bem recepcionados por Bruno, o pastor-alemão do lugar. Ficou também na hosteria um casal de Santa Maria que conhecemos no posto, muito legais por sinal. Eles, que estavam viajando em uma Marauder, ouviram nossos conselhos e deixaram para enfrentar o rípio descansados pela manhã.

 
Bruno, um dos recepcionistas da hosteria

A hosteria é ótima (e também a única do lugar), nos instalamos e depois do merecido banho, fomos jantar e depois nos recolhemos.