domingo, 3 de janeiro de 2010

Dia 9 - 03/01/2010 - Rio Gallegos/Ushuaia

Hoje é o grande dia! Saímos cedo rumo à fronteira da Argentina com o Chile, na saída de Rio Gallegos avistei uma Falcon e uma CB 300, fiquei imaginando se eram brasileiros. Rapidinho chegamos na aduana integrada.
 
Aduana integrada Argentina/Chile

Na aduana nos encontramos com o pessoal das motos que vimos em Rio Gallegos, era o casal Carla e Paulo, de Porto Alegre, cada um viajava em sua moto e também estavam indo para Ushuaia (aqui o blog deles). Realizamos os trâmites na aduana e adentramos no Chile. Beleza, era o terceiro país que visitávamos nesta viagem! Logo chegamos no ponto de espera para embarque no ferry que faz a travessia do Estreito de Magalhães, onde nos reencontramos com o casal de Porto Alegre e ficamos de papo até o ferry aparecer.

 
Aguardando o ferry
 

Carla e Paulo, um casal muito bacana que conhecemos no caminho. Esta viagem era a lua de mel deles!


Alguns minutos depois ele chega e o pessoal começa a desembarcar, incrível como cabem tantos veículos nesse troço, sério, não paravam de sair caminhões de dentro do ferry. Logo começa o embarque, as motos são deixadas quase por último, pois ocupam um espacinho no canto da porta de embarque. O mar estava muito calmo, tanto que nem notei quando o ferry começou a se movimentar.
Nossa carona através do Estreito de Magalhães

O pessoal curtindo a viagem

Depois de uns 15 ou 20 minutos, finalmente chegamos à Tierra del Fuego, desembarcamos e chegamos a Cerro Sombrero, onde faríamos o abastecimento em terras chilenas, antes de enfrentar o rípio e chegar a novamente na Argentina. Chegamos poucos minutos antes do posto fechar, pois no Chile existe a siesta, o comércio fecha 12hs30 e só reabre depois das 15hs!!! Tanques cheios, chegou hora de enfrentar os 120km de rípio, que é a estrada de chão daqui, formada de bastante pedras soltas que às vezes se acumulam, tornando o controle da moto difícil. Começamos devagar, mas logo notamos que a estrada estava muito boa, então deu para aumentar a velocidade de cruzeiro (leia-se "sentar a mão") em vários trechos.
 
O tão famigerado rípio, que nesta estrada se mostrou muito fácil de lidar

Depois de muita poeira e pedradas no capacete, na moto e no corpo, finalmente chegamos à aduana chilena, em San Sebástian. Um pouco amarrados os trâmites, mas logo seguimos viagem, depois de mais alguns quilômetros finalmente chegamos à aduana argentina, onde o rípio acaba e voltamos ao asfalto.
 
A placa mais esperada deste trecho

Mais uma demora básica e, quando finalmente saímos da aduana, começou a chover bem fraquinho. Putz, não vou colocar minha roupa de chuva, a calça e a jaqueta devem segurar uma chuva dessas, então seguimos viagem em direção a Rio Grande, nossa última parada antes do objetivo principal da viagem.
 
Chuva na aduana argentina. Essa foi só para nos molhar à toa e fazer-nos passar frio

Logo chegamos em Rio Grande, a chuva parou, paramos para abastecer e almoçar e reencontramos o Paulo e a Carla. Ficamos um bom tempo ali, secando da chuva, comendo e conversando. Como aqui para o sul anoitece somente lá pelas 22hs, poderíamos seguir tranquilamente para Ushuaia, pois faltavam apenas 200km e, por mais tarde que chegássemos, provavelmente ainda teríamos luz do dia.

Seguimos viagem, uns 80km antes de Ushuaia já era possível avistar as montanhas com gelo em seus cumes, a estrada fica sinuosa e o frio aumentou bastante. A paisagem desse ponto em diante é simplesmente deslumbrante, se faz uma curva e se vê algo que enche os olhos, mas na próxima curva aparece uma paisagem ainda mais bonita que a anterior. Não há como descrever em palavras, é necessário vir até aqui pessoalmente e percorrer essa estrada para compreender o que quero dizer, é lindo demais. Mais um pouco de estrada e finalmente chegamos em Ushuaia. Vejo a placa de boas-vindas e não acredito, finalmente chegamos até aqui!

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